10 de ago. de 2009

Comparativo: Idea ELX 1.4 x Livina 1.6 16V x Meriva JOY 1.4

O motivo de o Fit não estar neste comparativo é simples: ele tem design mais para hatch que para minivan, mostra acabamento de nível premium e, principalmente, custa muito caro (a partir de 51 845 reais).
As versões convocadas para o combate, todas de entrada, foram escolhidas em função do que o mercado mais consome. Assim, foram para a pista Idea ELX 1.4, Meriva Joy 1.4 e Livina 1.6 (assim mesmo sem sobrenome). A briga foi boa dentro e fora do asfalto principalmente na análise do conteúdo de série. Mais completa e mais cara, a Livina foi tomada como referencia na hora de equilibrar a balança para que ninguém saísse prejudicado.
Como nenhuma dessas três minivans tem no design sua maior força de atração, elas desenvolverm outras maneiras de conquistar bolsos e garagens do público feminino, sua principal clientela. O charme está na relação custo-beneficio, interior espaçoso, porta-objetos por todos os cantos e conjunto mecânico equilibrado. Qual delas une melhor tudo isso, voce descobre a seguir.



3. MERIVA JOY 1.4



Velha conhecida, a Meriva continua com visual agradável

A cabine da Meriva é agradável, mas basta um olhar mais atento para identificar como qualidades boas e más se misturam. Sem convidados no banco traseiro, os cintos laterais retráteis passam por uma alça elástica que mantém a fivela longe do acabamento plástico das portas, evitando indesejáveis ruídos de bate-bate. Em contrapartida, o encosto é bipartido, mas o assento não. Poderia ser pior? Sim, como na Livina, onde ambos são inteiriços. Mas também dá para ser melhor, como prova a Idea, na qual as duas partes são bipartidas e dotadas de um mecanismo de uso intuitivo que torna fácil e rápido o rebatimento – ponto para a Fiat, afinal estamos falando de minivans, segmento em que modularidade é sempre bem-vinda.

A ausência de acabamento no descanso para o pé, ao lado do pedal da embreagem, é outra “pisada” da GM, com o perdão do trocadilho. Direto no carpete, a região se desgasta rapidamente e logo fica com aspecto judiado – na Livina, a Nissan colocou uma proteção de curvim e a Fiat usou plástico na Idea. Ao operar os comandos do arcondicionado, a moldura apresentava certa folga. Fui a uma concessionária, entrei em outras Meriva e saí de lá com a conclusão de que esse é um outro indesejável “item de série”. Colunas bem acabadas e plásticos de toque suave e de encaixe preciso no painel amenizam os problemas.

Por 43549 reais, a Meriva Joy tem praticamente os mesmos itens que a estreante Livina: ar-condicionado, travas e vidros elétricos e direção assistida. A representante japonesa integra, também de série, o airbag para motorista, mas custa 46690 reais – duas páginas adiante você vai entender melhor o porquê dessa diferença.

Na pista, a Meriva foi melhor que a Idea e pior que a Livina nas provas de aceleração, retomada e velocidade máxima. No entanto, a representante da GM consumiu 4,2% mais combustível em relação à concorrente da Fiat ao rodar na cidade – 6,9 contra 7,2 km/l, respectivamente. Das três minivans avaliadas, é a que apresenta a suspensão com calibragem mais voltada ao conforto.

DIREÇÃO, FREIO E SUSPENSÃO
Com um acerto mais confortável, a suspensão absorve bem as imperfeições do piso e trabalha em silêncio. Leve, a direção hidráulica facilita as manobras.


MOTOR E CÂMBIO
O conjunto não surpreende nem decepciona. Barulhento, levou a Meriva à lanterna em quase todas as medições de ruído interno, mas detonou a Idea nas provas dinâmicas, que também tem motor 1.4 8V.


CARROCERIA
Boa relação entre dimensões externas e espaço para ocupantes e bagagem. No porta-malas, o bom acabamento permite a acomodação de pequenos objetos.


VIDA A BORDO
Tem boas soluções internas, como vidros elétricos um-toque dos dois lados com abertura automática para alívio de pressão e antiesmagamento.


SEGURANÇA
Pacote que inclui ABS e airbag duplo sai por 2 833 reais extras. Alarme é acessório de concessionária.


SEU BOLSO
Tem custo/benefício muito próximo ao da Idea, com quem empata em garantia, de um ano.



2. IDEA ELX 1.4


Rodas aro 15, frisos, maçanetas e espelhos pintados: só a Idea tem

Se há algo em que as três marcas concordam, é sobre o target, o público-alvo, das minivans: mulheres com vida urbana ativa. “Para atendê- las bem é preciso entendê-las bem”, diz Marcelo Gomes, vendedor da concessionária Ventuno, em São Paulo. Apontando para os consoles aéreos, ele afirma em tom bem-humorado: “Parece até que a fábrica andou revirando algumas bolsas de mulher para saber tudo o que elas precisam carregar no dia a dia”. No teto, o porta-trecos central é longo, servindo até quem senta atrás. Inclui ainda um retrovisor suplementar, próprio para a mãe monitorar a bagunça que os filhos fazem no banco traseiro.

E dá para continuar com a Idea mesmo quando eles crescerem um pouco: trata-se do único modelo do comparativo a contar com piso plano e três apoios de cabeça atrás, em formato de vírgula para não atrapalhar a visão quando fora de uso. Adultos sentirão falta de espaço para as pernas – culpa do entre-eixos de 2,51 m, contra 2,63 da Meriva e 2,62 da Livina. Por fora, a Idea também tem armas para conquistar o exigente e detalhista público feminino: maçanetas, frisos laterais e retrovisores são da cor do carro – “cortesia” que as concorrentes não oferecem.

Para disfarçar a pobreza de equipamentos de série mais importantes – o ar-condicionado é pago à parte, por 3916 reais, elevando a conta para 43016 reais –, a minivan da Fiat se apresenta com alguns itens interessantes, como alerta de velocidade, computador de bordo e limpador traseiro indexado ao engate da ré.

Definitivamente, a Idea é um modelo urbano. Estrada serra acima, cinco pessoas, bagagem e ar ligado fazem uma receita indigesta. Melhor é ficar no circuito escola das crianças-escritório-residência. Seu 1.4 8V de 81 cv deve receber, segundo uma fonte ligada à fábrica, a mesma calibragem eletrônica do Punto, com 86 cv. A novidade estrearia nas séries especiais Oro e Platino, ainda no primeiro semestre, de acordo com essa mesma fonte.

Encontrar a melhor posição de dirigir é mais fácil na Idea, que tem regulagem de altura do volante (ausente na Meriva) e do banco do motorista (que a Livina não oferece).

DIREÇÃO, FREIO E SUSPENSÃO
A suspensão de curso longo deixa a carroceria inclinar nas curvas. Macia, nem parece estar apoiada em pneus de perfil baixo, 195/60 aro 15.


MOTOR E CÂMBIO
Humilde, o 1.4 8V não foi econômico o suficiente para justificar o desempenho inferior ao da Meriva. Em compensação, é silencioso.


CARROCERIA
Ainda que compacta por fora (tem o mesmo comprimento de um Polo, 3,93 m), tem bom espaço interno tanto para passageiros como para bagagem.


VIDA A BORDO
A Idea é o modelo que mais respeita o conceito de minivan: tem bancos destacáveis e porta-objetos até no teto, literalmente.


SEGURANÇA
ABS e airbag, só como opcional, por 2947 reais. Neste quesito, leva meia estrela sobre a Meriva por conta dos encostos de cabeça no banco traseiro, corretos na quantidade (três) e no formato (de vírgula).


SEU BOLSO
No preço absoluto, a Idea é a mais barata. Outra vantagem é o vasto pacote de equipamentos, com direito a teto solar.



1. LIVINA 1.6 16V

Na Livina, quem dá show é o motor. O design é conservador

A Livina, com seu desenho comportado e isento de vaidade – marca registrada dos carros da Nissan no Brasil –, está longe de representar uma revolução no segmento, mas é inegável que o projeto mais novo lhe dá vantagem sobre a concorrência. O melhor exemplo está no conjunto mecânico. Seu 1.6 16V é o mesmo de Scénic e Mégane. O direito de utilização de um motor Renault em um produto Nissan é fruto da aliança global entre a marca francesa e a japonesa. Bem orquestrado pelo câmbio manual de cinco marchas, o quatro-cilindros permitiu à Livina dar um banho nas minivans concorrentes nas provas de aceleração, retomada, velocidade máxima, ruído e... consumo! Isso mesmo, além de cumprir todas as provas dinâmicas com considerável vantagem diante de Meriva e Idea, a novidade da Nissan deu um show de eficiência ao consumir menos combustível (veja os resultados do teste na pág. 72). A suspensão segue o padrão japonês de ajuste, ou seja, prioriza a dirigibilidade em detrimento do conforto.

Com 4,18 m de comprimento, a minivan japonesa é 14 cm maior que a Meriva (4,04 m) e 25 cm que a Idea (3,93 m). Ainda assim, é a mais leve das três: 1 159, 1 225 e 1 180 kg, respectivamente. A vantagem da carroceria maior está no porta-malas, com 449 litros – são 390 na Meriva e 380 na Idea.

Além do airbag do motorista, outra exclusividade é o ajuste elétrico dos retrovisores. Se equipamentos de segurança e conforto, porta-malas generoso e motor eficiente não forem o bastante para justificar os 46 690 reais pedidos pela Livina, a Nissan vai além. Oferece garantia total de três anos e apólices de seguro por volta de 1 000 reais, dependendo do perfil do contratante – na concorrência, a garantia é de apenas um ano e o seguro fica em torno de 1 600 reais.

A Livina é o primeiro modelo de passeio produzido na fábrica da Nissan, em São José dos Pinhais (PR), dividindo espaço com a picape Frontier. Ainda este ano, a família crescerá com a chegada da Grand Livina, maior e com espaço para sete pessoas.

DIREÇÃO, FREIO E SUSPENSÃO
Com boa razão de progressividade, a direção elétrica é leve nas manobras e firme sob alta velocidade.


MOTOR E CÂMBIO
O 1.6 16V é o mesmo da Scénic e vive em perfeita harmonia com o câmbio de cinco marchas na Livina, que apesar de maior, é a mais leve das três minivans. Se a superioridade na pista já era esperada, a vitória no consumo foi uma (grata e enorme) surpresa.


CARROCERIA
Vá lá que gosto não se discute, mas será raro encontrar alguém que veja na Livina uma referência em design de minivans. Por dentro, ela é bem mais atraente.


VIDA A BORDO
Pisa na bola ao não oferecer ajustes de altura para o banco do motorista e cintos dianteiros. Mais portaobjetos e alguma modularidade interna seriam bem-vindos.


SEGURANÇA
Apesar de ser apenas para o motorista, há airbag de série na Livina.


SEU BOLSO
No custo/benefício, vitória esmagadora da minivan Nissan. Não “apenas” pelo melhor desempenho com menor consumo, mas também pela garantia de três anos.



VEREDICTO

Se faltou arrojo no design, sobrou capricho na engenharia. Foi assim com Tiida, Sentra e, agora, com a Livina. Cada vez mais a Nissan está se transformando numa marca produtora de modelos que convencem, mas não encantam. Pensando mais com o lado esquerdo do cérebro, o da razão, dá para cravar sem medo: a Livina vale cada real da diferença de preço que existe em relação às suas concorrentes Meriva e Idea.


FONTE: QUATRO RODAS

4 comentários:

  1. Faltou uma informação importante: Acessibilidade a concessionárias em caso de necessidade de manutenção. Se encontra concessionária GM ou FIAT em diversas cidades pequenas, em vários estados. E da Nissan?

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  2. comentários iguais a este prejudicam a concorrencia no mercado. Uma marca quer entrar no mercado brasileiro com um carro melhor que a concorrencia, dá tres anos de garantia... o que mais vc queria? de cara uma loja em cada cidade?
    Acorda Renata! veja outros comparativos onde envolve o Sentra... deixa no chinelo os concorrentes... As velhas e conhecidas montadoras no Brasil que não abrem o olho. Terão que sobreviver somente com carros populares...

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  3. A Nisan Renata é uma concessionária não popular,apesar de seu preso ser muito bom seu padrão é diferenciado,o benefício e o conforto do seus clientes em primeiro lugar depois guerra contra seus concorrentes!!

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  4. A OPINIÃO DE RENATA ABRIU OS OLHOS DAS PESSOAS, É IMPORTANTE SABER OUVIR CADA OPINIÃO...

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